sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Criando novos blocos e simulando com o XCOS - Scilab.

Nova paleta de componentes.

Já falamos aqui no blog do ambiente de simulação "XCOS" (aqui e aqui) disponível no Scilab. Nesta postagem vamos detalhar como criar novos blocos a partir de blocos existentes e adicionar à paleta de componentes os novos blocos criados. Existe também um tutorial (link aqui) para iniciantes desse ambiente de simulação. Obs: naturalmente que o Simulink do Matlab continua sendo muito mais poderoso e cheio de recursos.

Em alguns casos, não existe um bloco que realize a função desejada pelo projetista. Nesse caso, uma possibilidade é criar um novo bloco com as funcionalidades desejadas a partir dos blocos já disponíveis. Por exemplo: não existe um bloco que efetue a produto de dois números complexos. Então, lembrando que o produto complexo (a + jb)(c + jd) = ab - bd + j(ad + bc), onde j 2 = -1, podemos construir um bloco de produto complexo da seguinte forma:

Produto complexo e agrupamento dos componentes em um único bloco.

Após a ligação de todos os blocos, eles podem ser agrupados em uma estrutura de "superbloco" (opção região para superbloco). Tendo todos os blocos prontos para simulação, é hora de ajustar alguns parâmetros inicializar as variáveis (ou constantes), para isso é necessário usar a opção de "Definir contexto" (figura abaixo). Também é possível rodar a simulação a partir de um script do Scilab (comandos: importXcosDiagram e scicos_simulate).

Definindo o contexto de simulação.
 O tempo de simulação (tempo ou número de interações) pode ser definido pelo bloco "END" - paleta "Receptores". Se o sistema for basicamente discreto, as tolerâncias de tempo de integração podem ser relaxadas (menu "Simulação"), isso deve fazer com que a simulação rode em um tempo menor.

Um exemplo: sistema de comunicação digital PSK (Md = 16, 16-PSK, canal gaussiano), ver figura abaixo.

Sistema formado por vários blocos construídos a partir de blocos primitivos, nessa simulação a taxa de erro foi de 0,0078.




Constelação 16-PSK com ruído.

Para adicionar os novos blocos ao navegador de paletas é fácil e pode ser feito em apenas dois passos. O primeiro passo é criar um novo diagrama e nesse novo diagrama inserir os blocos criados:

Ao criar um novo diagrama, uma janela vazia irá parecer.
Novo diagrama com vários novos blocos.

 No navegador de paletas, clicar sobre o menu Paletas (só tem esse item) e "Abrir" o arquivo ".zcos" que tem os novos componentes. Feito isso, os novos componentes estarão disponíveis para uso em qualquer outra simulação.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Depois de Auschwitz - aprendendo um pouco mais sobre o Holocausto


São durante as grandes provações que podemos dizer alguma coisa sobre o caráter de uma pessoa. E as mais duras provas surgem durante uma guerra: fome, destruição, inimigos, morte. São coisas que podem destruir uma comunidade inteira, inclusive destruir por dentro. A civilização, os bons modos são apenas um verniz frágil que facilmente pode ser dissolvido. O ódio cego, sem nenhuma reflexão ou ponderação, é capaz causar um mal que atravessa fronteiras. Tudo isso podemos ler nas páginas de “Depois de Auschwitz”, de Eva Scholss. Não é um livro para crianças.

Para saber mais sobre o livro click aqui.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Como fazer um bom trabalho acadêmico

Figura original aqui.

Como fazer um bom trabalho acadêmico? Antes de começar, você precisa ter tempo! Nada de deixar o trabalho para o último dia. Sem esse "detalhe", nem adianta ler o restante desta postagem.

Talvez o primeiro passo seja ter certeza de qual o foco que o trabalho terá. Qual tema (ou quais temas) será abordado? Pode parecer bobagem, mas um pouco de falta de atenção é suficiente para levar você a fazer um trabalho sobre "O Nascimento da Filosofia" em vez de fazer um sobre "O Nascimento da Ciência". Confira isso antes de começar qualquer coisa. Leia atentamente qual a proposta lançada pelo professor.

O segundo passo é ler sobre o assunto. Mesmo que você ache que sabe muito sobre o tema, é bom ler vários textos diferentes e confrontar as idéias lá contidas com o que você já sabe. Ainda não é hora de escrever. Aqui um pouco de senso crítico é fundamental: o que você está lendo? É uma fonte confiável de informações? O autor é "consagrado" ou um completo desconhecido? Quais as "credenciais" do autor do texto que você está lendo? Existe uma profusão de textos disponíveis, porque ficar lendo uma fonte de confiabilidade duvidosa? Mas, não fique só com o que existe na internet. Use livros também.

Faça anotações ou resumos do que esta lendo. Registre o trecho que lhe despertou interesse, anote a obra e o nome do autor. Isso é um fichamento, você pode ler mais sobre fichamento, por exemplo, aqui. Naturalmente, esse fichamento pode ser feito todo no computador, podendo ser usado depois para enriquecer o seu trabalho.

Concluída essa primeira fase, você agora deve estar cheio de anotações e ideias. É hora de por tudo no papel. Não é fácil, por isso você deve começar com o que tem mais domínio. Nunca comece pela conclusão! Inicialmente, a introdução deve ser apenas esboçada. Somente na versão final do seu trabalho a introdução vai poder ser finalizada. O mesmo vale para a conclusão. Em geral, um trabalho acadêmico segue o seguinte padrão: capa, sumário, introdução, desenvolvimento (com um, dois ou vários tópicos), conclusão e bibliografia. Opcionalmente, pode existir algum anexo ou apêndice.

Revise o texto. Erros digitação, escorregões gramaticais aparecem o tempo todo para mostrar que somos humanos. Leia o seu próprio texto e veja se as frases estão completas, se não falta uma palavra ou se o sentido delas diz o que você realmente quer dizer.

Verifique se as referências bibliográficas estão todas incluídas. Confira os endereços de internet e a data de acesso. Um trabalho de pesquisa se faz com base em várias referências e não uma ou duas. Quanto mais referências você usar, mais rico pode ficar o resultado final. Você pode também usar figuras para ilustrar ideias importantes, mas não carregue (muito) nas tintas! E diga de onde você tirou a imagem/figura. Esse último ponto é importante: deve-se evitar a prática do plágio. Sempre que você usar alguma idéia ou texto de outro autor, faça uma referência clara, indique a fonte daquela informação. Para saber mais sobre plágio acadêmico, click aqui.

Mesmo não sendo uma atitude muito ecológica, se o trabalho for realmente importante, vale a pena imprimir e revisar o texto todo no papel. Agora, já estamos na fase final. Falta só fazer (ou conferir) o sumário, a numeração das páginas, conferir se as normas técnicas estão sendo usadas corretamente, incluir uma capa com os seus dados e bom trabalho (e boa avaliação)!

Obs: um bom livro de metodologia científica pode ajudar muito e tirar as dúvidas que vão surgindo durante a elaboração de um trabalho de maior fôlego; a leitura atenta de trabalhos acadêmicos já aprovados também ajuda.

Obs: para quem vai escrever um TCC, veja o artigo Moro-RITA04.pdf

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Clima extremo.


 Mapa (acima) mostra eventos climáticos fora do comum ocorridos recentemente. 
Calor extremo, nevascas e enchentes aconteceram mundo afora. 
Fenômenos podem estar associados às mudanças climáticas.

Notícia completa aqui.

Não é de hoje que o clima parece maluco, ou melhor dizendo, extremo.  Um pouco de energia adicional é suficiente para afetar o clima de todo o Planeta Terra. Um ou dois graus a mais na temperatura média pode fazer uma região normalmente seca (para uma determinada época do ano) passar a ter chuvas fortes ou uma outra região sofrer com estiagem.

O clima nunca foi uma coisa constante. Já existiram florestas no que é hoje o deserto do Saara. Entretanto, tudo indica que as mudanças estão mais rápidas e sendo aceleradas pela ação humana. Isso vai afetar a vida de todos os seres vivos e o mundo pode ficar muito diferente no prazo de algumas décadas.

Por enquanto, estamos (todos) apenas assistindo os eventos ocorrerem.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Uma ou duas idéias sobre "Carta de Recomendação"

Fonte e figura original aqui.

Recentemente (e não tão recentemente assim) passei pela experiência de escrever cartas de recomendação para ex-alunos meus, notei que eles poderiam estar um pouco mais atentos a alguns detalhes. Essa é a motivação dessa postagem. Então, vamos lá!

Uma carta de recomendação é, em geral, um dos documentos solicitados para o ingresso em curso de pós-graduação, é claro que podem existir vários outros destinos para esse tipo de carta. Na verdade, quase sempre são solicitadas duas quando o objetivo é um mestrado ou doutorado. Se você está pensando em continuar os estudos depois da graduação, tenha em mente que nem sempre é "fácil" conseguir uma, especialmente se você deixar para a última hora.

Algumas considerações que devem ser levadas em conta na hora de solicitar uma carta de recomendação: a quem você vai pedir, qual o modelo da carta, qual o prazo para entregar a carta, quem vai enviar o documento, etc. Uma dificuldade adicional pode surgir: nem todos gostam de escrever a tal carta. Por isso, se você precisa de duas cartas, pense em pelo menos três pessoas que podem lhe ajudar nesse item.

A quem pedir.

Solicite a carta a alguém que é "superior" a você: seu chefe no trabalho, um antigo professor que tenha pelo menos mestrado (se o objetivo for entrar em um mestrado) ou doutorado, o coordenador do curso. Não faz muito sentido pedir uma carta de recomendação a um colega ou a um subordinado. Lembre-se: a pessoa que vai escrever a carta deve lhe conhecer há pelo menos um ano, saber o seu nome e, pelo menos, ter uma noção de como foi o seu desempenho acadêmico. Uma carta de um ex-orientador de TCC ou iniciação científica tem mais peso que a de um ex-professor do primeiro semestre do seu curso. O mestrado ou doutorado dele deve ser na mesma área que você pretende cursar a sua pós-graduação. É importante que você tenha ou tenha tido um relacionamento profissional amistoso com a pessoa que vai escrever a carta.

Modelo da carta.

Em geral, existe um modelo pronto no programa de pós-graduação. As cartas de recomendações não são inteiramente "livres", mas apresentam um roteiro, algumas perguntas específicas sobre o seu desempenho acadêmico e sobre o seu caráter. Não se esqueça de preencher todos os campos que pedem os seus dados pessoais. Confira que você está com o modelo correto.

Prazo.

Escrever uma carta de recomendação pode exigir uma hora do tempo (precioso) do seu ex-professor ou atual chefe. Certifique-se que ele vai ter esse tempo, não peça uma carta para "ontem", se o prazo for bom, confira que ele lembrou de escrever antes do encerramento da fase de recebimento dos documentos.

Envio do documento.

A carta de recomendação é um documento sigiloso. Em princípio, você não vai saber o que está escrito na carta. Por isso, é solicitado que a carta seja enviada lacrada ao programa de pós-graduação pela pessoa que a escreveu. Tenha certeza que esse último ponto não foi esquecido. Uma alternativa: você pode combinar de pegar a carta (devidamente lacrada em um envelope) com o seu ex-professor e você mesmo entrega ao programa de pós-graduação. Todos ficam mais tranquilos com essa solução.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Um rápido giro pelo mundo da ciência: notícias.

Seria possível localizar um viajante do tempo na internet?
Da cabeça de um cientista pode se esperar que brote qualquer coisa, até mesmo coisas sérias. Ou nem tanto. Em uma rápida passagem no site inovacaotecnologica.com.br encontramos os seguintes destaques:
  • Astrofísicos procuram viajantes do tempo na internet
  • Especialistas defendem currículo mais flexível nas universidades
  • Monopolos magnéticos quânticos são criados em laboratório
  • Grafeno faz elétrons voarem como fótons: Novo componente eletrônico?
Com um pouco mais de detalhes:

Astrofísicos procuram viajantes do tempo na internet

Durante as férias, o astrofísico Robert Nemiroff estava batendo papo com sua aluna Teresa Wilson, e a conversa derivou para os sites de redes sociais.

Eles se perguntaram: Se houvesse viajantes do tempo entre nós, será que eles estariam nas mídias sociais? Como se poderia encontrá-los? Como procurar por eles usando sites de busca?

Outros teóricos já haviam concluído que é possível detectar máquinas do tempo do futuro que tenham vindo para o presente, mas os dois queriam localizar os viajantes do tempo de forma mais fácil - procurando-os pela internet.

"Nós tivemos uma pequena discussão fantasiosa sobre isso," confessa Nemiroff, que é professor da Universidade Tecnológica de Michigan, nos Estados Unidos.

O resultado foi um esforço divertido, mas sério, para tentar identificar os hipotéticos viajantes do futuro peneirando-os entre os internautas do presente.

Texto completo aqui.

Especialistas defendem currículo mais flexível nas universidades

As Universidades de Harvard e de Stanford, nos Estados Unidos, iniciaram nos últimos anos uma reforma curricular de seus programas de graduação com o intuito de flexibilizar os currículos dos cursos e propiciar aos estudantes uma formação mais sólida e diversificada, entre outros objetivos.

Já no Brasil esse processo enfrenta alguns obstáculos, como o conservadorismo das instituições e a resistência dos docentes em mudar a forma tradicional de suas aulas.

O assunto foi discutido por especialistas reunidos no simpósio Excelência em Educação Superior, organizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pela Academia Brasileira de Ciências (ABC).

"Há um grande conservadorismo das universidades brasileiras em promover a reforma do currículo de seus cursos de graduação que faz com que as instituições novas, com programas de graduação recém-criados, tenham mais sucesso do que as instituições mais antigas nesse aspecto", disse Luiz Davidovich, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (URFJ) e diretor da ABC.

"Em outros países, contudo, são as instituições tradicionais que têm liderado as mudanças", afirmou Davidovich, na palestra que proferiu durante o evento.

As mudanças no currículo dos cursos de graduação da universidade norte-americana de Harvard, por exemplo, fizeram com que estudantes da área de Ciências Humanas passassem a ser incentivados a visitar laboratórios e conhecer o que ocorre em outras áreas.

Fonte aqui.

O efeito que o monopolo magnético teria sobre um elétron foi simulado em um condensado de Bose-Einstein.
[Imagem: M. W. Ray et al./Nature]

Monopolos magnéticos quânticos são criados em laboratório 

Divida um ímã em dois e você obterá dois ímãs inteiros, por mais que você repita a operação: parece ser impossível separar o "norte" do "sul" em um magneto. De forma inversa, parece ser impossível juntar os físicos nessa questão.

As equações de Maxwell - que pertencem ao reino da mecânica clássica - afirmam que "cargas magnéticas" isoladas não existem, ou seja, que no magnetismo não há um análogo das cargas positivas e negativas da eletricidade.

A mecânica quântica pensa diferente. Já em 1931, Paul Dirac demonstrou matematicamente que pode existir uma "partícula magnética fundamental", ou monopolo magnético.

A busca por monopolos magnéticos tem sido intensa desde então. Tudo pareceu chegar a bom termo em 2009, quando físicos afirmaram ter observado pela primeira vez um monopolo magnético. Um ano depois, o monopolo magnético foi observado a temperatura ambiente.

A coisa até começou a pender para o lado prático, quando monopolos magnéticos artificiais mostraram-se adequados para armazenar dados binários.

Mas não se iluda: experimentos desse tipo são muito mais complicados do que ler um resultado em uma balança ou medir alguma coisa com um metro. Os resultados obtidos precisam ser "interpretados", e nem todos os físicos concordam com as interpretações.

Fonte e texto completo aqui.

Grafeno faz elétrons voarem como fótons: Novo componente eletrônico?

Por mais famoso que tenha-se tornado, o grafeno pode estar escondendo segredos ainda não desvendados pelos físicos.

Um experimento que eliminou defeitos nas bordas das fitas de grafeno mostrou que os elétrons podem viajar através do material 10 vezes mais rápido do que as teorias diziam ser possível.

O fenômeno inusitado foi chamado de "transporte balístico" por Jens Baringhaus, da Universidade de Leibniz, na Alemanha, que realizou o experimento com o auxílio de colegas da França e dos Estados Unidos.

Os resultados sugerem que os elétrons movem-se nas bordas das fitas de grafeno de forma muito similar aos fótons circulando em uma fibra óptica, em vez do jeitão normal dos elétrons, que trombam e desviam do caminho quando se movem em um condutor metálico.

O resultado prático é que os elétrons circulam quase sem resistência pelas bordas caprichadas do grafeno - e a temperatura ambiente.

Fonte aqui.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Xadrez: Circuito Gutemberg Magalhães 2014 - I Etapa



Esse torneio de xadrez rápido é realizado em homenagem ao nosso colega Gutemberg Magalhães que faleceu aos 30 anos de idade (ver postagem aqui). Segue o folder:

Circuito Gutemberg Magalhães 2014 - I Etapa



APOIO: Círculo Militar de Fortaleza
Local: R. Canuto de Aguiar, 425 - Meireles, Fortaleza - CE, 60160-120
Telefone: (85) 3205-5050

Data: 08 de Fevereiro de 2014
Horário: 13:00 horas.
Taxa de inscrição: R$ 15,00.
Isenção: Público Feminino, Cadeirantes,
Deficientes visuais.

Arbitragem: Wellington Albuquerque Jr.

Informações: wsajr82@gmail.com (85) 9925.8173 e www.fcex.com.br.

Pré-inscrição: informar o nome completo do inscrito para xadrezcearense@yahoo.com com cópia para wsajr82@gmail.com. Ou telefone: (85) 9925.8173.




Inscrições no local: pelo menos 30 minutos antes do início da competição.

* Não é permitido o uso do estacionamento do clube, bem como levar bebidas e comidas. Haverá uma cantina aberta para os participantes.

Cronograma: 13:00 Congresso Técnico e 1a rodada a seguir, rodadas restantes em sequência, sem intervalo.

Premiação:
  • 1º. Lugar – R$ 100,00 + medalha
  • 2º. Lugar – R$ 60,00 + medalha
  • 3º. Lugar – R$ 40,00 + medalha
  • 4o. Lugar - medalha
  • Destaque Militar - medalha
  • Destaque Veterano - medalha
  • Destaque Feminino –  medalha
* Os jogadores deverão levar peças, relógios e tabuleiros.

Válido para rating FCX e vaga para a final do CCXR 2014 (a cada 15 participantes, UMA vaga).
Tempo de Reflexão: 20 minutos para relógios analógicos e 15 minutos + 5 segundos de acréscimo para relógios digitais. Relógios digitais têm preferência.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Divulgando: “Seminário sobre Submersíveis – Desbravando o Mar Brasileiro”


Propósito do Seminário

O “Seminário sobre Submersíveis – Desbravando o Mar Brasileiro” visa divulgar o conhecimento sobre a importância fundamental de tais veículos para a pesquisa e a exploração do mar. Incorporou-se ao título a expressão “Mar Brasileiro”, relacionando-o ao nome da Instituição que o organiza – o Centro de Excelência para o Mar Brasileiro – como forma de destacar-se o enfoque predominante – o interesse nacional.
No momento em que o País se lança decisivamente ao mar na busca de petróleo em sua plataforma continental, mormente no pré-sal – cuja importância geopolítica e econômica não precisa ser realçada – e quando já tem início várias e promissoras atividades no fundo do mar visando a descoberta e a futura exploração dos recursos lá existentes, incluindo minerais de valor político-estratégico, como as crostas cobaltíferas, os sulfetos e os nódulos polimetálicos, é certo que a utilização de veículos submersíveis, tripulados ou não, capazes de efetuar tarefas impossíveis de serem realizadas por outros meios, adquirirá realce cada vez maior.

Sobre o seminário

O Seminário será desdobrado em quatro painéis. Três abordarão a importância da utilização e do desenvolvimento nacional de submersíveis, sob o enfoque de Órgãos Governamentais, de Empresas e da Universidade; o outro incluirá apresentações de algumas organizações estrangeiras com tradição no setor. Está prevista a abertura oficial do conclave pelo Comandante da Marinha. A programação oficial do evento será divulgada tão logo possível. No momento, aguarda-se a confirmação de alguns dos convites encaminhados.
A iniciativa é uma realização da Marinha do Brasil (Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), da Coppe, e da Femar. Conta com o apoio da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Secirm), do Instituto de Pesquisas da Marinha (IPqM), do Centro de Análise de Sistemas Navais (Casnav), e com o patrocínio da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S. A. (Amazul) e da Kongsberg Maritime AS. As participações já confirmadas até o momento (16 JAN) constam em local próprio do site.

 
Mais informações e inscrição: aqui.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O problema do mal - uma do visão do padre jesuíta João Batista Libânio.

Padre Libânio (1932 - 2014), fonte: aqui.

Domingo passado (ontem), quando eu estava tentando* preparar uma aula de metodologia científica, por caminhos tortuosos, acabei chegando à revista Horizonte - Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião (A1 no QUALIS de sua área - Filosofia, subcomissão Teologia, link aqui) e à notícia de falecimento do padre jesuíta João Batista Libânio. Junto à nota de falecimento havia o convite para ler o seu último artigo publicado na citada revista (dezembro/2013) e a leitura de um editorial de 2006 - “O problema do mal”.

Como esse problema é debatido a desde o início do pensamento filosófico e teológico e a solução apresentada pelo padre Libânio é, no mínimo, interessante, resolvi fazer essa postagem. Postagem longa, é verdade, e um tanto fora dos padrões normais de temperatura e pressão deste blog, o que também pode ser observada até por um leitor menos atento, mas de qualquer forma segue abaixo a nota de falecimento do padre Libânio e o texto (dele) sobre o problema do mal.

* uma das minhas resoluções de fim de ano - conferir aqui.

Obs: no momento desta postagem, o site http://www.jblibanio.com.br/ esta sem funcionar devido o grande número de acessos.

-------- Nota de falecimento

Vítima de um infarto, o padre jesuíta, João Batista Libânio, faleceu na manhã de 30 de janeiro, em Curitiba (PR). O sacerdote foi assessor da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e colaborador no Instituto Nacional de Pastoral e em comissões episcopais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Padre Libânio, como era conhecido mundialmente, dedicou-se aos estudos teológicos, à ação pastoral e ao magistério durante anos. Foi autor de mais de 125 livros. Ele também era Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2 (Lattes aqui).

Na arquidiocese de Belo Horizonte (MG) contribuía com artigos e textos para o Jornal de Opinião e Notícias Digital, nos quais escrevia na coluna “O olhar do teólogo”. Padre Libânio dizia que “nada faz o ser humano ser tão feliz como colaborar no crescimento interior e espiritual das pessoas".

Fonte: http://www.cnbb.org.br - noticias.

Editorial
-------- O problema do mal

“Por que sofro? Esta é a rocha do ateísmo” (G. Büchner). A dura e terrível realidade concreta do mal foi brandida pela razão moderna, como argumento irrefutável da inexistência de Deus. Anunciou-se-lhe a morte. Mas não se soube o que fazer com o seu cadáver (F. Nietzsche). Sem Deus, o ser humano teve de carregar sozinho o peso de todos os males, sem outro sentido que o próprio mal.

O mal afeta-nos a todos. Ninguém escapa dessa realidade sob as mais diversas formas, desde o mal físico até aquele que nos atinge o mais recôndito do coração. “A experiência do mal está ligada à existência humana como a sombra à luz” (L.B. Geiger).

O mal ultrapassa as dimensões do problema. É um mistério (G. Marcel) irracional, escandaloso, inexplicável, injustificável. Às vezes, assume formas de “círculos infernais” de pobreza, violência, alienação racista e cultural, destruição da natureza pela poluição de vários tipos e, por fim, do círculo do absurdo à medida que, aparentemente, estamos fazendo do mundo um inferno (J. Moltmann). O médico Rieux do romance de A. Camus, La peste, diante da morte de criança inocente, rejeita a resposta do jesuíta Paneloux que lhe sugeria “amar o que não podemos compreender”. “Não, padre”, disse ele, “o que penso do amor é bem diferente. E me recusarei até a morte a amar essa criação em que as crianças são torturadas”.

O mal desafia as ciências humanas. Estas tentam encontrar as estruturas que o condicionam, que o consubstanciam, que o favorecem, que o geram na visibilidade social. Vão mais longe. Intentam decifrar-lhe o enigma, o mistério. Mas cansadas, desistem. Passam o facho à filosofia e à religião.

Estas já vêm desde as mais antigas eras rascunhando respostas. Vasculhar- lhes os caminhos ultrapassaria de longe a pretensão destas linhas. Entretanto, rápida tipologia pode localizar-nos nesse emaranhado de posições filosófico-religiosas sobre o mal.

A experiência humana defronta-se inelutavelmente com binômio fundamental na vida, expresso em abundantes vocábulos, mas cuja raiz última revela identidade profunda. De um lado, estão a vida, o prazer, a felicidade, o bem, o gozo, a satisfação, o gosto, a realização, a plenitude, a fruição, o desfrute, o proveito, o usufruto – o Aurélio poderia ampliar a sinonímia. De outro lado, situam-se a morte, a dor, o sofrimento, o mal, a insatisfação, a frustração, o desgosto, o fracasso, a perda, a falta, a carência etc.

Diante do mistério do mal que acompanha o ser humano a cada momento, levanta-se a pergunta sobre sua origem. Diante da impossibilidade de reduzi- lo ao bem, por causa de sua radical contraditoriedade, o espírito humano pensou a solução mais simples de fazê-lo recuar a um princípio último do mal que viveria ao lado do princípio do bem: o dualismo maniqueu. Essa posição penetrou sutilmente também mentes modernas, tecnocratas. Atua até hoje sob aquelas formas em que, em dado momento, uma pessoa, um grupo, um partido, uma proposta política se consideram toda a verdade, todo o bem e o adversário encarna, por sua vez, o mal. Na luta contra o comunismo, o presidente dos EUA, Ronald Reagan, encarnando a causa do país, se autodenominou defensor do “eixo do bem”, enquanto a URSS recebia a pecha de pertencer ao “eixo do mal”. O mesmo jogo o presidente George Bush repete em relação ao Iraque. O próprio neoliberalismo não esconde traços remanescentes desse dualismo, ao arrogar-se ser o fim da história, do último homem moderno (F. Fukuyama) e ao demonizar os últimos resquícios da tradição socialista.

No lado oposto, situa-se outra solução extrema: o monismo religioso ou filosófico. O mal não existe na sua realidade objetiva. É mera aparência. Tal posição lança suas raízes no genial pensador neoplatônico Plotino (204/205270 d.C.) e se expressa mais tarde e mais estruturadamente na doutrina monista panteísta de Espinosa (1632-1677), sem falar de correntes do pensamento hindu. Mas hoje volta à baila na vertente espiritualista da “Nova Era”. O mal não passa de deficiências de meu estado anímico que, uma vez controlado pelas inúmeras terapias à disposição, entra em estado alfa, se imerge nos fluídos positivos, bebe da energia primordial, espiritual envolvente. O mal resulta do estado de consciência, que não controlou positivamente as energias e potencialidades, da ignorância do potencial espiritual e da incapacidade de expansão da consciência. Pois esta consegue ultrapassar a pequenez do eu e alcançar comunhão profunda com todo o cosmos. Então o mal estaria superado.

Naturalmente faltam às duas posições extremas a dialeticidade de pensar no nível teórico e o enfrentamento realista no nível da prática. O mal resiste a fáceis soluções teóricas sem referência à prática e a compromissos práticos rápidos sem exigência teórica.

Nesse sentido, outros enveredaram simplesmente pelo caminho da resposta prática, sem perguntar-se por inteligibilidade maior. Nessa linha, situ- am-se o hinduísmo, o budismo, de um lado, e, de outro, o estoicismo. Os primeiros resolvem o mal e o sofrimento, dissolvendo-os na apatia teorética com a prática do esvaziamento do desejo, ao apontá-lo como a raiz do sofrimento, do mal. A felicidade final, o nirvana, será obtido no momento em que a individualidade, fonte dos desejos e do sofrimento, se perder dentro duma consciência universal.

Os estóicos viam na “apatia” a vitória sobre o sofrimento, sobre o mal. Resistiam aos impulsos cegos até à insensibilidade através de domínio da razão sobre o mundo exterior, sobre os afetos, em aspiração profunda à liberdade interior do homem “sábio” nas pegadas de Sócrates. Não se perguntaram pela “racionalidade” do mal, seu sentido, mas buscaram anulá-lo pela prática.

Tentar entender o mal e viver um mundo repleto dele implica, portanto, duplo desafio, teórico e prático. Antes de tudo, o mal goza da evidência do fato e esconde-se no mistério da inteligibilidade.

Em perspectiva sociológica, cabe erguer gigantesca balança e colocar- lhe nos braços, de um lado, os indícios de plausibilidade, de sentido e de racionalidade do mal, e, do outro, aqueles que revelam seu caráter absurdo. Conforme o critério de apreciação, pode-se entender que no final “há males que vêm para bem”, que “tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rom 8, 28), que “não há noite tão longa que não termine na outrora” (Ch Peguy). Além do mais, elencam-se razões que desdemonizam o mal: ele se torna ocasião para a prática do bem, tentação que forja as vontades heróicas e santas como aparece no caso prototípico de Abraão, disposto a matar o próprio filho. O mal do tsunami serviu de escola de humanidade e solidariedade. Os horrores perversos do nazismo permitiram surgir a esplendorosa e corajosa inocência de Anne Frank, a mística e Santa Edith Stein, o mártir Maximiliano Kolbe etc. Mas, às vezes, de maneira cínica, vê-se no mal da pobreza o bem da caridade assistencialista (posição tradicional); nos vícios privados, benefícios públicos (Adam Smith, E. Giannetti); nas doenças, fortuna para a indústria farmacêutica; na violência pela vida, a seleção purificadora do mais forte (Ch. Darwin) etc.

Contudo, essas e outras razões nunca desvendarão o “mistério” do mal, do sofrimento. Ele manterá sempre o sabor amargo da injustiça, da dor. Golpeará violentamente inocentes e poupará, em muitos casos, ou, pelo menos, aparentemente, vilões. E o próprio grito diante da injustiça é sofrido. No Brasil de hoje, quem ouviu o clamor inocente de 1.600 crianças diante de 2.000 soldados, vestidos de guerra, em nome do cumprimento da “justiça” para integrar as terras ocupadas pelos sem-terra em Getulina (São Paulo), sofreu a mesma dor de outra justiça. A justiça dói, sobretudo quando a desumanidade se faz vestir da legalidade justificada.

Esse caminho de apontar traços de bem advindos do mal, usado por apologética prática, tem amainado as inquietações de muitos corações. Mas deixa de lado a questão teórica e metafísica profunda.

Em busca de solução teórica, a aporia do mal encontra alguma luz na reflexão metafísica da condição de criatura, de ser finito.

A origem última do mal é o fato de a criatura ser finita e, portanto, de não ser Deus. Ao olhar o mal físico, Teilhard escrevia que a finitude na natureza é a raiz desse mal. Pensa-a, em perspectiva evolutiva, como “mal de crescimento”, “mal de desordem e fracasso”. Vale do mal físico a afirmação apodíctica de J. Monod: “O preço da vida é a morte”. O “bem da vida” com o surgir da primeira molécula viva implica necessariamente o mal da morte. É a própria condição de vida que pede a morte, para que a vida possa continuar existindo.

Basta lembrar aquela historieta dos habitantes de uma ilha que pediram aos deuses a imortalidade. Tendo-lhe sido concedida, entregaram-se, num primeiro momento, às maiores alegrias. Mas, pouco a pouco, a imortalidade tornou-lhes a vida insuportável: todos queriam ir para a tal ilha e já não havia lugar. Depois de séculos de vida não se agüentava mais ouvir as mesmas piadas, os mesmos discursos, os mesmos sermões, conviver com os mesmos es- posos/as etc. Terminam pedindo de novo a morte. Simone Beauvoir, no romance Todos os homens são mortais, mostra o terrível mal da morte como condição de possibilidade do maior bem humano, o amor.

E o mal moral? Também ele revela a finitude da liberdade humana que na sua imperfeição praticará o mal. “O mal tem sentido como mal precisamente porque é obra da liberdade” (P. Ricoeur). Numa palavra: a necessidade fáctica do mal se explica pelo ser do espírito finito, como seu fundamento de possibilidade (K. Hemmerle).

Aqui se cala o pensamento humano filosófico. As religiões tentam ir mais longe. E o cristianismo ousou a resposta mais avançada. Antes de tudo, assumiu o mundo existente com todas as realidades do mal, tanto físico quanto moral livre. E perguntou-se: Que Deus um tal mundo espera? Um que saiba, possa e queira ressuscitar e perdoar, porque ele próprio incorporou o mal na sua carne. Assim, o sentido do mal se ilumina a partir da própria realidade do Verbo Divino feito carne, que assumiu na sua humanidade o mal físico da dor e sofreu na sua vida os impactos terríveis do mal moral: a traição do amigo, o ódio do próprio povo, a injustiça das autoridades mais sagradas do seu tempo, a vingança dos adversários, a violência contra a inocência. E ao levar a experiência do mal até o extremo de uma morte violenta e injusta, revelou com sua vida ressuscitada para além da morte o último e definitivo sentido do mal: sua derrota em face do poder amoroso, perdoante e vivificador de Deus.

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Este editorial aproveita o texto “O mal”, com algumas modificações, publicado em Jornal do Psicólogo, Belo Horizonte (UFMG), v. 12, n.49, p. 2-3, mar. 1995.

Fonte: Horizonte: Belo Horizonte, v. 5, n. 9, p. 1-180, dez. 2006.