quinta-feira, 18 de abril de 2013

A finitude humana


Nossa existência é marcada por dois fatos aparentemente antagônicos: o nascimento e a morte. Nós mesmos não temos a menor participação no primeiro evento e, muito raramente, planejamos o segundo. Quase sempre vivemos como se esse segundo evento não existisse. É um fato típico da nossa sociedade moderna: tentar ignorar o nosso próprio fim.

Diante do surgimento de uma nova vida quase sempre ficamos alegres e se renovam as nossas esperanças. Frente ao fim da caminhada de um companheiro, amigo ou conhecido, nos lembramos que nós também teremos um fim. A nossa finitude se mostra claramente, sem uma data certa, mas sem a menor dúvida de também vai nos atingir.

Problemas bobos como um pé machucado, um resfriado que atrapalha o sono, ou uma dor de cabeça, mostram a nossa fragilidade, mas quase sempre esquecemos de acompanhar mais de perto a nossa própria saúde. Os homens, principalmente, não se importam tanto em cuidar da saúde e estudar os sinais que o corpo manda. O trabalho, o final de semana, o futebol, têm mais prioridade. De todo jeito, mesmo para aqueles que se desdobram em cuidados com a própria saúde, o fim vai chegar sem mandar uma carta (ou e-mail) avisando com 15 dias de antecedência.

O que nos resta é viver a vida entre esses dois marcos extremos, a vida e a morte. Não existe outra possibilidade. Dar um fim prematura à vida é apenas antecipar o inevitável, não resolve o problema da existência, aliás, pode complicar muito a vida daqueles que de alguma forma dependem de nós.

Ficaremos na memória dos nossos amigos e conhecidos. É melhor deixarmos boas lembranças. Um pouco de generosidade (ou em grandes doses se você for capaz), cumprir as próprias tarefas com empenho, tentar viver uma vida com mais virtudes que vícios, ajudar os que estão próximos (e, para o bem ou para o mal, vivemos em aldeia global – todos são “próximos”), são ações que podemos fazer enquanto a finitude não se apresenta inteira e põe um ponto final à nossa existência.

5 comentários:

  1. Eu odeio filosofia, mas, esse texto me fez ter a certeza que essa maneira de pensar, qual eu também venho eguindo à algum, é nobremente acreditada por bons homens.

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  2. Errata: Eu odeio filosofia, mas, esse texto me fez ter a certeza que essa maneira de pensar, a qual eu também venho seguindo à algum tempo, é nobremente acreditada por bons homens.

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  3. Prezado Rogers, a principal função da filosofia é ensinar a pensar criticamente, tentar ver além do óbvio, descobrir os fundamentos do pensamento. Provavelmente, você não teve um bom professor de filosofia. Em geral, quem também "odeia" matemática é porque não teve um bom professor de matemática.

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  4. Amo filosofia..estava pensando em dar um fim prematura em minha vida é isto me fez repensar....

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    1. Sirlei Marini, somente agora vi seu comentário. Espero sinceramente que não tenha feito nenhuma bobagem com a sua vida. Problemas todos nós temos na vida, a melhor forma de suportá-los é compartilhando com os amigos. Sentir uma dor sozinho apenas a torna ainda mais insuportável.

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